segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Homem M.P.M.


Naquela época Jane atuava em eventos, e estava sempre correndo de um lado para o outro, organizando, viajando, produzindo muito e se divertindo também.
Entre tantos eventos acontecendo, um em especial fez com Jane fosse enviada, pra sua surpresa, a um hotel no interior de São Paulo, e lá aguardasse.
O hotel vendia luxo e sua maior parte de clientes detinha certo poder financeiro.
E como em todo evento que Jane produzia, logo buscava conhecer a coordenação do local, para apresentar seus serviços. Isso, se já não os conhecesse de outros eventos.
E foi então que Jane o viu. Alto, Jane devorava aquele 1.80 de altura, acompanhado de um rosto fino ‘típico de um homem perfeito’ – pensava ela. Nariz, boca, pele, tudo combinando com seus cabelos castanhos levemente enrolados. Tudo em perfeita harmonia que chegava a assustar. Sem contar com aquele charme arrebatador, carregado em um perfume que Jane não sabia como descrever... E tudo isso olhando em sua direção.
E ela enfrentou o flerte. Olho no olho. Quase enrubesceu, mas se entregou. Certa de como aquela noite iria acabar. Ele também.

Mas enquanto isso, o evento acontecia. Ela sabia de suas responsabilidades, mas estava adorando curtir aquele flerte e brincar com o desconhecido. E tudo parecia não existir. Apenas eles dois e suas intenções.
Jane descobriu o nome do desconhecido, e assim, Juliano se estabelecia naquela noite.
Sempre perto, tornando àquelas horas mais interessantes.

E foram poucas horas para a eternidade de descobertas que Jane pode ter com Juliano.
Conversas deliciosas, sobre diversos assuntos. Alguém quase mostraria tão inteligente e experiente, graduado pela melhores universidades. E Jane se esbaldava de tesão.
Forte, bonito, viajado e bom de papo... tudo que ela precisava para fechar com chave de outro ais um evento.
Mas falar nele, durou 3 dias. E nem todo o interesse do mundo deu a eles facilidades para um encontro intimo. Sempre rodeados de pessoas, de trabalhos, muitas atividades, comidas, bebidas... enfim, Jane não conseguia fazer acontecer aquele desejo. Longe dos olhos curiosos.

Mas então, o evento chegou ao fim. E quando a ultima festa acontecia, Jane se viu dançando com aquele homem alto que durante todos os três dias, desejou.
Depois de horas dançando na pista, o casal enfim viu a chance de fugir de tantos olhares. E juntos, saíram à surdina para o quarto em que Juliano estava hospedado....mas ele não estava sozinho. Juliano dividia com um amigo, como é costume em viagens para eventos. E esse amigo não estava.
Jane deparou-se com um quarto pequeno, cheirando a roupa suja depois de uma partida de futebol. E na verdade o quarto em nada descreve a personalidade daquele homem maravilhoso que ela pensou ter conhecido.
Repleto de roupas e malas, todas espalhadas, um lugar no qual Jane não imaginava passar sequer uma noite de sono. Mas enfim, isso era apenas o começo da revelação.

Ele a pegou no colo, e jogou na cama. “Ok parece legal” - consolo-se Jane, mas cair naquela cama cheia de roupas usadas de não sei quem, não estava legal.
Jane não sabe se ele escutou seus pensamentos, mas de repente arremessou as roupas para fora da cama deixando somente o lençol. “ufa!” – pensou Jane.
E deu inicio ao show de revelações.
Juliano tirou a roupa de Jane, mas isso depois de horas incontáveis para tirar o sutiã. E Mesmo quando ela tentava ajudar, ele não permitia. E a demora persistia... Jane já estava impaciente.


Aquele homem que parecia tão perfeito já estava perdendo grande parte do encanto.

Isso sem falar na novela que foi ele tirar toda a roupa de Jane. Juliano demorou tanto, que a falta de habilidade assustava Jane. “Mas cadê aquele homem viril?”
Quando foi a vez de Juliano tirar sua própria roupa, Jane viu como um tapa a decepção que viria a seguir. Ela realmente se surpreendeu. “Um metro e oitenta??”

Aquele homem maravilhoso nasceu com algo a menos. Muito menos.
Ele tinha um penis tão pequeno que assustava tanto, quanto sua beleza. “Ainda pode ser agradável” pensou Jane. Afinal, já estava ali, com aquela propaganda maravilhosa de homem. Porque não tentar?..
Mas Jane teria essa resposta em menos de 3 minutos, quando então aquele Homem chegasse a seu orgasmo. Curto como seu penis. E o pior, parecia tê-lo feito sozinho.
Tremenda decepção.

E aquela sessão de teatro acabou. Afinal, Jane interpretou como ninguém, e todas as mulheres sabem muito bem como fazer. Ela fingiu para que aquela peça acabasse.
Depois foi ao banheiro fazer o procedimento padrão para depois de uma relação sexual. Uma higienização.
Quando retornou, tentou desviar olhares longos enquanto trocavam de roupas, e insistiu que voltassem logo, antes que alguém percebesse.
Naquele momento, tudo que Jane desejava é que ninguém no mundo a visse saindo com ele. E para sua sorte, ninguém viu.
Eles voltaram a festa. Juliano chegou depois. Jane fez de tudo para que ninguém percebesse ou se quer pensasse de onde estava voltando.
Ela saiu daquele arrasada com a tamanha decepção...
Olhava para Juliano de longe e já não o via da mesma maneira.
Como se ele fosse o homem mais desinteressante da festa.
Ele continuava flertando com ela, mas Jane buscava evitar rocas de olhares, e novas aproximações. Ele tentou algumas vezes chamá-la para dançar, mas Jane recorreu aos amigos ‘mais chegados’. Assim, conseguindo que o ‘bonitão’ se desinteressasse.

Clichê ou não, as aparências enganam sim. E esse negocio de que tamanho não é documento é papo de quem precisa se conformar. Pelo menos, é a certeza que Jane teve após aquela experiência. Hoje, ela se diverte quando lembra com as amigas, e recorda das besteiras que já fez. Mas dá muitas risadas quando justifica o apelido que usa para se referir a essa história... MPM. (menor pinto do mundo)